dezembro 10, 2010

Conscientização


Estamos num processo lento de conscientização da responsabilidade sobre o nosso futuro e do futuro do nosso planeta.

Em meados do século 20, houve uma desumanização geral a partir das Grandes Guerras Mundiais. O que antes era a preocupação com a morte, naqueles dias tornou-se primordial a preocupação com a vida. O divino deixou de ser importante pois o profano tomou conta de tudo. Grandes potências como China e Japão passaram a preocupar-se com a tecnologia numa corrida desenfreada pela conquista de novas formas de sobrevivência. Contudo, muitos movimentos em prol da preservação da natureza, ao estabelecimento da ética e da moral surgiram no final do século passado. Mas, como indivíduos polarizados (ou seja, vivemos o bem e o mal, claro e escuro, dia e noite) o que era para ser (re) integrado na condição humana se transformou em sensacionalismo.

Nesse novo século, a minha esperança é que haja uma conscientização maior no sentido de refletirmos sobre a atitude humanitária, para que ela seja dirigida por um comportamento limpo, honesto e verdadeiro. E que consigamos transpor as amarras das convenções sociais, transformando o sensacionalismo da solidariedade em algo que pertença, que faça parte da nossa natureza, resgatando a simplicidade da vida, os valores humanos, os princípios éticos perdidos em nossa sociedade.
Perdemos o contato com a luz divina, nos desligamos do natural. Nos sedimentamos em pequenos fragmentos, o que faz com que não conseguimos nos enxergar como um todo, como pertencentes a natureza. Esquecemos que da natureza, precisamos da água, do ar, da terra e da flora, esquecemos de respeitá-la, esquecemos de nos questionar de onde vêm tudo isso, e se não nos questionamos sobre a presença do divino em nosso planeta, esquecemos também de agradecer por tudo isso.

Não consigo deixar de sentir a sensação de plenitude quanto entro em contato com todos os elementos naturais e de refletir o quanto somos pequenos diante dos elementos e fenômenos da natureza. Para mim, sair da selva de pedras das grandes cidades e me refugiar num pedacinho de terra, do mar, das matas é estar em casa, na minha casa, sendo acolhida e acarinhada pela mãe-terra...

A essência dos meus princípios resume-se: as respostas dos conflitos humanos encontram-se em nós em contato com a natureza. Valores como gratidão, respeito, simplicidade e solidariedade precisam ser resgatados e perpetuados para que possamos viver com dignidade e construir um futuro melhor.

É preciso prestar atenção pois a evolução do Homem está além dos livros e escritas, quando o homem tiver essa consciência talvez conseguiremos chegar a cura do mal, que está dentro de nós, que deseja o poder e a superioridade de forma bruta, alienante, egoísta, que julga e maltrata. Quando o Homem alcançar esse nível de consciência entenderá que não somos nem os melhores, nem os piores e que a superioridade está em respeitar as diferenças.